12 de mai. de 2012

Algumas Medidas


Um pouco de tudo, um resto de nada, falta isto, sobra aquilo
Na confusão das contas o que conta é a minha conta
Sem somar e dividir eu me multiplico num resultado de coeficientes
Numa regra de três sem parábolas ou ângulos retos
Me esquadrinho a 60º de mim mesmo num triângulo isósceles:


Tenho pelo menos dois lados de uma mesma medida ...
Se são congruentes ou não, já não sei calcular, mas sei que são ora convexos ora côncavos ...
Curvados na soma do desejo multiplicado pela divisão dos lados: uns de fora outros de dentro.
Luis Esposto


7 de mai. de 2011

Não


Não desejo falar, nem ao menos ouvir
Não busco inspiração, nem tão pouco imaginação
Há quem diga que o silêncio inumera todas as palavras
Estas  não conheço, nunca vi quem as dissesse
Não temo, nem desafio. Não fujo, nem procuro
Fico mudo e não mudo um segundo

Não escrevo nem desenho
Sorteio as linhas embaralhadas
Arranjo espaço e as acomodo
Uma a uma entre o vazio deste engenho

Não ocupo nem preencho
Ajeito a desordem das palavras numa confusão
Escrever é pura ilusão
Não! Não acendam as luzes
As velas o vento apagou
A mais linda flor brotou nesta escuridão

3 de mar. de 2011

Esqueceram de me falar



Me disseram  que um dia quando crescer eu iria aprender
A ser gente grande
A ser responsável
A dirigir
A Trabalhar
A construir uma família
E, que, quando grande eu iria ser gente grande
Falaria sobre assuntos de gente grande
Conversaria como gente grande

Para então ser 
Dono do meu nariz
Dono do meu quarto
Dono do meu dinheiro
Assim eu poderia fazer:
O que quisesse
Com quem quisesse
E se eu quisesse
Agora,Esqueceram 
de me falar se quando ‘grande’
Eu poderia voltar
E aprender tudo de novo ...